Angolanos querem de volta o que foi Roubado ao País

Notícias
Populares em conversa

Descrição

A recuperação de dinheiros usados indevidamente no país bem como o repatriamento de capitais foi o centro do desacordo quer no parlamento quer em outras estruturas ligadas ao poder em Angola. 

Depois de um tempo de “benevolência” – repatriamento voluntário – passou-se ao período de repatriamento coercivo. Este período tem sido fértil em discussões com tons variados quer nos mais altos escalões da política quer nos bares e ruelas do país.

As opiniões divergem dentro dos vários grupos que se formam, mas a certeza que se tem é de que a maioria dos angolanos (58%) quer, exige e espera que o governo recupere todos os bens financeiros e patrimoniais adquiridos por meio de actos de corrupção. Apenas 20% não concorda com a acção do governo, neste capítulo. 22% ainda estão sem opinião formada.

O argumento segundo o qual “Para garantir a estabilidade política, o governo deveria perdoar todas as pessoas envolvidas em casos de corrupção, até antes de 2017”, só é sustentado por três de cada dez Angolanos, perfazendo 30%. Apesar de 19% ainda não ter uma opinião formada sobre o assunto, a maioria dos angolanos, isto é, 51%, discorda totalmente do argumento. 

A luta contra a corrupção em Angola tem levado a que membros do partido no poder e pessoas do partido ligadas ao anterior governo, sejam indiciadas e levadas a tribunal. Esse facto tem também dividido opiniões. 

Para alguns, essa luta que também visa permitir o repatriamento de capitais, está a ser um instrumento usado pelo Presidente da República para afastar adversários políticos dentro do seu próprio partido. 39% concorda com essa opinião, ao passo que 31% discorda totalmente. Já 30% prefere não opinar ou ainda está sem ter uma opinião formada. 

Os dados foram obtidos através de um inquérito de opinião realizado pela Ovilongwa, parceiro do Afrobarometer, em Angola, no ano passado nos meses de novembro e dezembro, e foram divulgados em julho de 2020. 

Foram ouvidos 2.400 angolanos em todo o país. «Uma amostra deste tamanho produz resultados nacionais com uma margem de erro de 2 pontos percentuais, para mais e para menos, e um nível de confiança de 95%», diz a nota de imprensa.