Angolanos estão cada vez mais Atentos e Exigentes

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As duas últimas notas de imprensa da Ovilongwa, parceira do Afrobarometer em Angola, trouxeram a público resultados de estudos de opinião sobre os desempenhos quer do Presidente da República quer do seu Governo.

Os resultados obtidos deram conta de que apesar do que foi feito em três anos, muito ainda ficou por se fazer. Dentro desse muito, metade poderia ter sido feito caso vontade mais alargada houvesse. 

Lutas e alguma inércia internas poderão estar na base de atrasos, bem como do não início de acções que levariam a um melhoramento considerável de situações simples. Custo dos produtos, Condições de Vida e Emprego estavam na lista de prioridades que não foram atendidas ainda, depois da primeira metade do mandato do actual governo. 

Para os angolanos que têm de voltar às urnas dentro de dois anos, a ideia com que ficam até aqui é de que, certamente, vão ter de repensar as apostas. Já para aqueles que fazem o Governo, nada se sabe até ao momento, em relação ao que vai acontecer. Espera-se, no entanto, que estejam conscientes de que em 2022 haverá eleições. 

A forma como olham para o desempenho do presidente é interessante. Acreditam nele, respeitam-no, enquanto procuram razões para que ele não dê mais do que aquilo que está a dar. Os números 43% de aprovação e 45% de desaprovação são reveladores das discussões individuais e colectivas a volta do Presidente da República. 

As leis, os tribunais e a Assembleia Nacional são para respeitar e ter em conta. Não é nestes pontos nos quais o PR encontra obstáculos, pois se assim não fosse ele não teria percentagens acima dos 50% de aprovação. Onde estarão os obstáculos que impedem o presidente de ir mais além?! 

Em relação ao Governo a situação já é outra. Há uma passagem brusca da água para o vinho, quando se avalia o Desempenho Económico do actual governo. Esse desempenho revela quão distante ou próximo Angola pode estar do alcance de pelo menos duas (Nº 8 e Nº 10) das Metas do Desenvolvimento Sustentável.     

Três quartos, isto é, três em cada quatro pessoas não gostou de ver as constantes oscilações de preços no mercado. Tal situação tem tido impactos fortes na vida de famílias inteiras. Neste capítulo, as notas foram bastante baixas, para o Governo. 

Do ponto de vista dos angolanos, pouco se fez para que os níveis de pobreza fossem melhorados, na primeira metade do mandato. Uma alavanca que poderia ajudar seria a criação de empregos, que ficou prejudicada por conta da falta de políticas consentâneas voltadas para essa área. 

A percentagem de desaprovação nesses três quesitos é bastante alta e está fixada acima dos 70%, em cada um deles. 

O que vai acontecer daqui para frente, isto é, em um ano e meio de mandato, ainda é imprevisível. Que efeito está a ter a nota negativa atribuída ao Desempenho Económico do Governo, dentro dos vencedores das últimas eleições, é indescortinável por enquanto. 

Os olhos dos eleitores voltam-se para os próximos movimentos no tabuleiro. Mais do que nos anos idos, hoje o monitoramento das acções governativas é feito de forma mais pormenorizada pelos cidadãos. Longe do desinteresse e do aproveitamento individual a que estavam votados, os angolanos começam a tomar conta do espaço político que lhes pertence.

Os dados aqui referidos foram trazidos a público pelas notas de imprensa da Ovilongwa, nos dias 25 e 26 de Outubro de 2020. Eles são resultado de um Inquérito levado a cado em todo o país e que ouviu 2.400 angolanos adultos, entre 27 de Novembro e 27 de Dezembro de 2019. A margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos e um nível de confiança de 95%.